Veredito Plausivo


Compor tua dor
Que provoca a solidão
Soldador do ardor
Que inverte em salpicão
Rasga-se o amor
Pois causa sofreguidão
Beber outro licor
Pra dirigir com atenção
Ser seu sabor
Vou te dar muito tensão
Respirar seu calor
Mas na hora da minha ejaculação
Sentir esse pavor
Pois não quero mais paixão.



(Tiago Malta – Sétimo Caderno da Sabedoria)

Gim Vitória com as primas


Aviso: Inventem suas próprias palavras

Tenho doce para uns
E tenho desdoce prosoutruns
Quero viver
Medíocre é não querer
Existo aqui,
Não por afastar dos imsábios
Mas pra me aproximar dos que são de verdade
(De carne e Osso).

Querendo querer ter novidades
Aquilo de acreditar ser credoeiro
Mas às vezes isso é Imfácil
É crimidéia proleta!

Por isso,
Só Peco
Pra fechar os olhos de novo
Sonhando em sonhar o que sempre sonhei
Com uma constância toda especial,
Quer dizer...
Espacial.



(2002 - Tiago Malta, Sétimo Caderno da Sabedoria)

Imagem: 「大正15年」 (1926) キリンビール

Vai ter funeral pra mim (Psicodelia com o pé esquerdo)



Mesmo que os sete povos das missões
Tente me levantar e me oferecer um emprego digno
Não falarei coisas coerentes
Blasfêmia, ódio, Ódio
Odeio sentir ódio
E odeio mais ainda sentir amor
No peito latente, quase imóvel
Destruído, desgastado, desorientado,
Sem fé nem esperança.


Ferro e fogo?
Trouxe uma alma
(calma)
De alguns quilates nojentos
Atores castrados mendigando:
Venha! Mas não fique.
Fuja em concreto, encha a caixa d’água
E deixe que me afogue.
Tenha relógio e meias horas a vontade
(demorando uma eternidade),
Pois daqui a pouco durará um apocalipse.


(Tiago Malta, Sétimo Caderno da Sabedoria)

Famigerada recompensa (O encontro da Hidra preguiçosa e o cavaleiro trapalhão)


Relutante a consciência
- Destino!
O cavaleiro-Estaca
- Medieval!
Se sente coruja
- Prostrado!
Pela sua verruga
- Armadura
Está acabado cheio de carrapato
- Ferrugem!
Capitania salada
- Ermitã!
Hidra, você foi até a aldeia?
- Ahhh não, por lá não.


(Rio de Janeiro, 19/08/2002 – Tiago Malta, Sétimo Caderno da Sabedoria)

Contrição



Quem sabe eu não sou ainda
Só mais um garoto "dibob"
Sentado no meio fio,
Esperando o lotação
Com uma roupa “dibatê”.

Olhando pra cima
Olhando pras pernas daquelas meninas
Que nunca vão as tavernas
Que costumo frequentar.

Não ser bem compreendido
(...) ficar perambulando (...)
Menina de vestido vem aqui caminhando (rebolando)
E vem ficar comigo.

Tomara que ela sente numa cadeira qualquer
Aqui na rodoviária
Onde estarei grafando esses versos e outras músicas
Dedicados a elas.

(Tiago Malta – Sétimo Caderno da Sabedoria)



O Doce cheiro do muro recém erguido


A lentilha ta no fogo
Vamos botar a mesa
Preparando com zelo
Espantando assim a tristeza

Ergueram muro, ainda ta cheirando a cimento
Passar a massa corrida pra fazer um painel
Não tem lógica gente chorando
Nesse julgamento sem júri, quem será o réu?

O cheiro adocicado da obra
Mas doce ela não é
Precisamos não mais ficar aqui
Partir, e resgatar nossa (falsa) antiga fé.

(Tiago Malta – Sétimo Caderno da Sabedoria)


naD Doq (Manifesto psicodélicamente Apológico)


Criei Vespas, Carrapatos, Vermes
Comunicando Varias vezes
Corri
Voltei
Conduzi o Volante
Contrai Varíola
Camuflei
Verdades
Capciosas
Vasculhando
Casas
Valorizando
Costumes
Vertigens

Coma, Vida
Carcaça, verbetes
Culpei Você
Comandei Vingança
Colori Vapores
Carro Veloz
Costa Verde
Companhia Violenta
Comerei Voado
Calculei versículos
Contudo
Vou-me
Comprar meus Vícios
em alguma boca do
Comando Vermelho.


(Tiago Malta - Sétimo Caderno da Sabedoria)

Lied Antes De Ir Para Cama


Tom: Gm


Não se deite
Sem rezar um pouco
E peça sempre proteção
Para o seu anjo...


Venha logo, comprovar.
As ofertas dessa loja
Que se chama “estar, aqui na Terra”.
(...)
Estamos... Em liquidação.


Secos e molhados,
Vitrine,
Necrose,
Paçoca,
Fadiga...
E depois não sabe o erro proposto.


Silabando se cansa. Fica falando
Mas se queres zoar/bater de frente, contra e a favor da primavera,
Mas sempre um dia você
Vai/Cair/Descer/Subir, morrer de vergonha.


E sempre vai fazer...
Coisas pré-mandadas, pau mandada.
E é verdade eu sei até sorrir!
Por favor... Não fique acanhado, jogado aqui de lado, pois eu TE AMO TAMBÉM.

(Tiago Malta, Sétimo Caderno da Sabedoria).