Role-x Ant Baile


Maninho vamos dar um rolê
Viajar por aí
Esqueça o que tá rolando
Que tem bala perdida se encontrando com o destino
E gente se estranhando por partidos.


Vamos pegar o busão:
Do 828, para o 854, ir de 175 pra voltar de 397
Conexão Big field, Barra, Lapa, Brasil
Viajando na banheira
Não acredito em polícia e nem em religião                                                                     
Tem caipirinha e acarajé pra jogar de avanço.


Eu tenho até uma banda
Conheço alguns poetas
Perdi minha história pra poder me achar  no Rio
Essa arma na testa é uma ilusão
Mas o medo existe e sufoca.


Você já percebeu que está vivo?
Eu só queria partir!
Roubar umas cenas
Tem nego tentando se impor
Mas caridade por atenção não vai te salvar.


Por isso só estou de passagem
Fitando as fitas coloridas no cabelo das garotas
Que fazem a diferença num dia cinza.
E antes que eu me esqueça
Deixo  aqui este aviso
Só vai ter o que mereça
Quem cuidar do próprio siso.

(Tiago Malta - Sétimo Caderno da Sabedoria)

Tardígrado (Ou o Teatro de Operações); parte 2


Campo verde
Chuva que lavra
Chuva que sova
Desprendendo terra da Terra


Guerra da lama, guerra sem dor
Numa dessas curvas
Só paro com sua mão em STOP
Pela luz dos olhos” é “só love


Anestesia não vêm da uva.
É da tua mão em punho
Chuva, salve seu filhos cantores
Eles quase sempre capotam nas curvas.

(Tiago Malta - Rio de Janeiro 05, Fevereiro de 2000 – Oitavo Caderno da Sabedoria)

Seikatsu



Somos gênios repetentes
Somos carinhosos e delinquentes
(inconsequentes)
O ser mais perfeito que pousou na Terra


Fazemos guerra em nome da paz
Comprando objetos brilhantes
Somos bobos, correndo por vaga-lumes
Correndo para poder parar correr.


(Tiago Malta - Rio de Janeiro 08, setembro de 2000 – Oitavo Caderno da Sabedoria) 

Serenidade Perturbada


Cai no mundo
Bati de frente
Das coisas fúteis
Sou contracorrente
Digo,
Nem todos os santos podem nos aliviar
Nem que me paguem com juros
Posso sozinho me aliviar
Vire as paginas de seu contato
Reflita
E tenha Tato.
Venham como Bruxaria
Retome o enferrujado caldeirão
Bebendo a amarga poção.
(Rio de Janeiro 20 de Março de 2011, Tiago Malta – Oitavo Caderno da Sabedoria)

Quem morre melhor?

Burrice a nossa,
Tentar voltar pra estrada,
Fugindo pra terra do Nunca
Percebeu?
Alguns foram Embora.
Pois acabou,
Algumas coisas; Acabam.

Tem Lutinha
Queimada e bandeirinha
“Desculpe se rimei, já que rimas tolas são para tolos”

Não sou mais tolo
Brincado de X-men
Descobri que a culpa é minha
E não decidiram quem morre melhor.

E no final,
Só aquele que restar saberá qual a morte foi mais bonita
Mas ele vai contar pra quem?

Agente vai cair doente
E nem todos os xixis-da-vida (vide Bisnagueira)
Farão nosso lado lagarta
Voltar a ser o que era.

O gato não mia, ele geme
Não adianta perguntar,
Não tem mais graça saber
Quem morrer melhor.

A aventura acabou
O pic não é mais ajuda
Ele é Esconde
Só que ninguém procura.

E a melhor morte
Vai ser de quem estiver dormindo
Só que não quero que seja a minha
Meu último minuto quero dar um grito
Que todos ouvirão meu espraguejar a terra.



 (Tiago Malta, Oitavo Caderno da Sabedoria)

Fonética


A fila fala, revela
Família na vala, sem vela
Valores voláteis, fatal
Vale um velório, falido
Fula folia, vivida
Vai viajar ouvindo Vivaldi
Foi festejar
                        Fez
Um Faquir faminto e uma Vaca farta
Falar o que vale
            Feixe de luz
                        Sossegar o facho
Fivela de ferro na cara com raiva.
            FAP!!!
                        É fatal

(Rio de Janeiro, Maio de 2001, Tiago Malta, Oitavo caderno da sabedoria)


Veredito Plausivo


Compor tua dor
Que provoca a solidão
Soldador do ardor
Que inverte em salpicão
Rasga-se o amor
Pois causa sofreguidão
Beber outro licor
Pra dirigir com atenção
Ser seu sabor
Vou te dar muito tensão
Respirar seu calor
Mas na hora da minha ejaculação
Sentir esse pavor
Pois não quero mais paixão.



(Tiago Malta – Sétimo Caderno da Sabedoria)